Há alguns anos, quando falávamos ou ouvíamos falar sobre preferências alimentares as definições que mais eram conhecidas eram as que separavam as pessoas entre aquelas que se alimentam de carne e os vegetarianos. Porém, com o passar do tempo esta realidade foi mudando e diversos outros termos foram surgindo e tomando conta de nosso dia a dia.
Além dos vegetarianos, hoje também nos deparamos, em praticamente todos os lugares onde vamos, com o termo vegano, que, basicamente, são as pessoas que, mais do que não se alimentarem de nada que seja de origem animal, também não consomem diversos outros produtos que tenham a mesma origem, adotando, assim, esta espécie de filosofia de vida em sua rotina.
Mas os termos não param por aí. Existem diversas outras denominações e nomenclaturas, que também ganharam bastante força de uns anos para cá, fazendo com que o mercado de alimentação tivesse que se adaptar e oferecer às pessoas as opções mais adequadas ao seu estilo de vida e também à sua forma de se alimentar.
No artigo de hoje vamos falar sobre cada um destes termos e conceitos, ajudando você a entendê-los melhor. Venha conosco nesta leitura e confira!
Os diferentes tipos de preferências alimentares
Independentemente de qual seja a sua preferência alimentar, é sempre importante conhecer os outros tipos existentes, para que, dessa maneira, você tenha condições de compreender e respeitar o universo das pessoas que lhe rodeiam, caso elas tenham optado por fazer mudanças em sua alimentação, que sejam diferentes daquelas que você escolheu para você.
Por este motivo é que a seguir vamos apresentar as preferências alimentares com as quais você pode se deparar nos lugares por onde for. Continue lendo e saiba mais!
Vegetarianismo
Também conhecido como vegetarismo, o vegetarianismo trata-se de um regime alimentar que tem como base principal o consumo que alimentos que tenham a sua origem nos mais diversos tipos de vegetais. Com isso, entende-se que as pessoas consideradas vegetarianas não se alimentam de nenhum tipo de animal, mas podem ter incluídos ou não em suas dietas os laticínios também os ovos.
As pessoas que adotaram este tipo de alimentação em suas vidas o fizeram por considerar todos os animais como seres vivos, que devem ser primordialmente respeitados, como é o caso de indivíduos que têm determinadas crenças religiosas e que também levam em consideração o direito dos animais em suas vidas.
Além destas razões há também aquelas que estão intimamente ligadas à economia, saúde, estética e, principalmente, ao meio ambiente.
Por mais que achemos que o vegetarianismo fique restrito apenas ao consumo de alimentos de origem vegetal, existem diversas outras variações relacionadas a este tipo de alimentação, que, inclusive, vamos abordar ao longo do texto.
Veganismo
O próximo tipo de alimentação sobre o qual vamos falar é o veganismo. Nele as pessoas fazem uma dieta que também restringe o consumo de todo e qualquer derivado de animal, inclusive o mel de abelha. Como dissemos nos primeiros parágrafos do texto, no se trata apenas de uma preferência alimentar, o veganismo é considerado quase que uma filosofia de vida.
Isso porque as pessoas que são suas adeptas não se limitam apenas à alimentação, ou seja, elas também não utilizam roupas, acessórios, produtos de beleza ou o que quer que seja que contenham partes ou tenham sido testados em animais.
Neste ponto, até mesmo muitas pessoas que têm como hábito comer carnes, também têm aderido à esta prática, ou seja, estão passando a consumir cada vez mais produtos veganos, principalmente aqueles relacionados à indústria da beleza e higiene, utilizando esta escolha como uma forma de contribuir e de causar menos impacto ao meio ambiente.
Ainda sobre os veganos, é importante destacar que alguns deles levam a filosofia do conceito ainda mais longe, deixando, inclusive, de se alimentar de produtos que venham da agricultura convencional. Isso porque eles entendem que muitos agrotóxicos são utilizados neste sistema, além do desmatamento desenfreado e das máquinas usadas, que acabam por fazer com que diversos animais sofram e, consequentemente, morram em decorrência de tudo isso.
A alternativa utilizada por eles é então recorrer à agricultura familiar, que impacta a natureza em um grau menor, se comparada à agricultura tradicional.
Ovolactovegetarianismo
Seguindo adiante na apresentação das preferências alimentares existentes, outro ponto que é importante abordar é que não existe apenas um tipo de alimentação vegetariana. Dentro dela há também a ovolactovegetariana, que consiste, basicamente, no consumo, não só de vegetais, mas também de alguns alimentos que venham de origem animal, como é o caso dos ovos, laticínios, mel, entre diversos outros produtos.
Aqui neste tipo de alimentação o que realmente não entra são as carnes de todas as origens, inclusive as de peixes e de frutos do mar. Aqueles que vão mais além deixam até mesmo de comer gelatina, já que se trata de uma espécie de colágeno, que é retirado da região óssea de determinados animais.
Lactovegetarianismo
Um outro tipo de vegetarianismo com o qual podemos nos deparar é o lactovegetarianismo, que faz com que seus adeptos eliminem da alimentação, não só as carnes, como também os ovos e os produtos derivados dele. Nesta dieta o que é permitido comer são os laticínios, como é o caso de leites, queijos, iogurtes, entre outros.
Os adeptos desta alimentação entendem que os laticínios têm grande importância para o nosso desenvolvimento, já que o leite, por exemplo, é, desde cedo, o alimento mais importante para a nossa sobrevivência, como é o caso do leite materno.
Crudivorismo
Você já ouviu falar neste termo? Quando dissemos, no início do texto, que muitos conceitos surgiram nos últimos anos, no quesito preferências alimentares, não estávamos de brincadeira.
Pois bem, os crudívoros são aqueles que são considerados veganos, mas que vão ainda mais além, ou seja, eles apenas comem alimentos que estejam crus. Um de seus principais objetivos é prezar pela questão da saúde e do bem-estar, já que, de acordo com alguns especialistas, os alimentos crus são tidos como mais saudáveis pelo fato de preservarem determinadas enzimas e nutrientes, importantes para o nosso organismo, que os cozidos acabam por perder em seu processo de cozimento.
Também conhecida como raw food, esta alimentação no fica limitada apenas às saladas que levam ingredientes crus, sendo que um dos pratos que faz parte e pode considerado como crudívoro é o famoso guacamole, que muitos são apaixonados, tenham esta preferência alimentar ou não.
Além do guacamole, é possível ver os crudívoros também comendo tabule, vitaminas, açaí, diversos tipos de grãos, sementes e castanhas, que são germinados e ficam em forma de broto, como é o caso da lentilha, grão de bico, trigo, linhaça, entre muitos outros.
Frugivorismo
Dentro da categoria dos crudívoros, há também as pessoas que vão além, que no caso são os frugívoros. São indivíduos que comem tudo aquilo que os crudívoros comem, com exceção dos cereais, castanhas e leguminosas, ficando restritos apenas às frutas, folhas e verduras.
Mas no caso das frutas, o frugívoros têm uma particularidade específica, pois eles somente comem as frutas maduras, que tenham caído diretamente do pé.
Pescetarianismo
Também chamada de piscitarianismo, esta alimentação envolve o consumo apenas de peixes e frutos do mar, além de incluir também ovos, laticínios, hortaliças, frutas, nozes, leguminosas e cereais.
Uma das principais razões que fazem com que as pessoas façam a adesão a este tipo de alimentação é o fato de que desejam manter a saúde e o bem-estar em dia, algo que, de acordo com pesquisas já realizadas, não é possível obter através do consumo excessivo de carnes vermelhas.
Principais diferenças entre o vegano e o vegetariano
Acabamos de apresentar algumas das mais conhecidas preferências alimentares, que, como dissemos, têm ganhado cada vez mais força e adeptos, conforme o tempo vai passando. Mas ainda assim, acreditamos ser importante falar sobre as diferenças de dois destes movimentos, que vão tirar, de uma vez por todas, as suas dúvidas relacionadas a este assunto. Descubra, a seguir, as principais diferenças existentes entre os veganos e os vegetarianos.
Para começar, o primeiro ponto que diferencia estas duas vertentes é o fato de que a pessoa que é adepta do veganismo, acaba indo mais além, levando a restrição alimentar para diversas outras atrás de sua vida. Isso quer dizer, que ela se alimenta de nada que venha de origem animal e muito menos consome produtos que tenham a mesma origem, como é o caso de roupas, sapatos, produtos de beleza, remédios e assim por diante.
Já o vegetariano também não consome nenhum tipo de carne, porém, ele não deixa, exatamente, de consumir produtos que sejam de origem animal, como uma bolsa de couro, por exemplo.
No que diz respeito às razões que levam ambos a se tornarem veganos e vegetarianos, no primeiro caso, o que os motiva é a causa relacionada à proteção animal, já o segundo tem a ver com algo ligado, única e exclusivamente, à uma questão alimentar, de saúde e também de bem-estar, mesmo não se excluindo totalmente o ponto dos animais.
Assim, é possível compreender que o conceito do vegetarianismo é mais abrangente, e acaba englobando o veganismo, já que ambos tiram de sua dieta alimentar a carne. Com isso, podemos dizer que todo vegano é vegetariano, mas nem todo vegetariano é necessariamente vegano, uma vez que os veganos são adeptos do consumo consciente, eliminando a compra de produtos que agridam, direta e indiretamente, os animais.
Uma mudança de comportamento do mercado
Conforme pudemos observar ao longo de todo o texto, os hábitos alimentares das pessoas mudaram e continuam mudando. Não chegamos a citar aqui, mas existem diversos outros modelos de alimentação, que nos incentivam a repensar tudo aquilo que ingerimos diariamente.
Mas não só isso. Como vimos, estas mudanças, que ainda ocorrem de forma gradual, têm causado impacto também fora do âmbito da alimentação, sendo a preocupação com os animais e com o meio ambiente, de uma forma geral, levada a outras esferas, como é o caso dos produtos de higiene, beleza, vestuário, entre diversos outros, que, no mínimo, merecem a nossa atenção.
E as marcas já têm notado este processo transformador e têm também buscado, mesmo que aos poucos, se adaptar a esta nova realidade que se configura diante de todos nós. Exemplo disso são aquelas que trazem em seus rótulos o selo cruelty free, que em português quer dizer “livre de crueldade”, e que faz referência a produtos que foram elaborados sem a necessidade do uso de qualquer tipo de animal.
Entre os mais comuns estão os shampoos, condicionadores, hidratantes, entre outros produtos de beleza, cada vez mais procurados por pessoas que desejam se adaptar e seguir um caminho ainda mais consciente.
Se você é uma destas pessoas, que deseja conhecer marcas que não realizam testes em animais, por exemplo, em seu processo de produção, basta acessar o site da Organização Não Governamental – ONG, PETA.
Ela é norte-americana, voltada para a causa de proteção dos animais e, periodicamente, se dedica a divulgar uma lista contendo as empresas que ainda utilizam animais em seus testes e também as que não utilizam mais.
Gostou deste conteúdo? Com qual destes tipos alimentares você mais se identificou? Deixe nos comentários a sua opinião e suas dúvidas sobre o assunto e lembre-se de continuar nos acompanhando, para ficar cada vez mais por dentro do universo da alimentação e gastronomia.